Neste último Fim de Semana fui pra BH, fui levar minha mãe/pai em Ouro Preto, sonho antigo deles e aproveitei pra passar uns dias na capital mineira, e realizar uma vontade antiga, conhecer o Templo do teatro de rua, a sede do Grupo Galpão, e de quebra o Cine Horto. Fui de Azul, e me surpreendi, excelente cia, banco de couro, recuo pras pernas maior que as outras e serviço de bordo bem bom. Chegado em BH me hospedei num hotelzinho bem simples e tradicional, longe daqueles padrões Ibis da vida, no dia seguinte bem cedo levei meus pais na Rodov, como quase toda rodov: prédio escuro e confuso. Eles embarcaram e fiquei solto por BH. Fui então rumo ao metrô (demorado feito trem) e desci na Estação Horto. Bairro industrial antigo e cheio de concreto, quando cheguei ao Cine Horto me deparei com um local de fachada preservada e interior moderno e de bom gosto. No CPT deles um garoto entusiasmado me recebeu, indicou livros, me falou de sua arte e contou um pouquinho de seu trabalho: catalogar imagens do Galpão e novos livros pros cursos em andamento. Quando olhei a exposição sobre Wanda Fernandes (A Julieta da histórica montagem de Gabriel Vilela) as lágrimas me vieram a mente, a sanfona, o figurino, a caixa de maquiagem, a sombrinha de frevo, as fotos... que deslumbre, que saudades. Quando adentrei ao Teatro do Cine Horto, caraca, q modernoso, ao mesmo tempo um toque artesanal com cordas de suspensão pras galharufas e varas. Uma platéia brilhosa e estilo arquibancada, solta no ar. Uns atores montavam o cenário de mais uma peça do Feto (era As Criadas). Daí saí de lá instruito a procurar a Gabriele lá na casa do Galpão, sabia que iria me emocionar. Entrar onde conheço cada passo da história, entrar numa espécie de meu pequeno Globe. Subi uma ladeira desumana e imaginei Teuda descendo e subindo aquela ladeira por anos a fio. Imaginei Inês como qualquer atriz a fofocar por aquelas pedras e paralelepípedos. Imaginei aquele grupo ainda amador e sonhador tomando alguma tubaína num barzinho que avistei. Assim como centenas de milhares de grupos amadores pelo Brasil, cheios de sonho e amor após um ensaio. Cheguei a sede, ao casarão, onde tudo não nasceu, mas sim tomou corpo, tomou forma. Quando fiquei de frente ao azulejo/ladrilho do nº da casa, do nome Galpão, fiquei de alma doce, de pés esperançosos e de puro amor. A menina recepcionista foi mineiramente simpática, soube que todo o grupo, inclusive a Teuda estavam ali dentro, ensaiando o novo trabalho. Ela me mostrou o que podia da casa, trocamos 2 dedos de conversa, e resolvi deixar um bilhete para não atrapalhar o ensaio de meus "musos" hehehe. Terminei o bilhete, tomei uma agua, olhei em volta, respirei o ar do ensaio que vinha lá de dentro e fui-me ladeira abaixo rumo ao Metrô. Refastelado de teatro, como se eu acabara de sair de uma ópera, ou um épico de que eu tenha adorado. A Casa/Sede do Grupo Galpão é meu primeiro Globe. Meu Globe mineiro.
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