segunda-feira, 22 de junho de 2009

Livre para Pular - Cordel do Fogo Encantado


Neste sabado, aqui na cidade, no Sesc, fui assistir o show do Cordel do Fogo Encantado, eu estava louco para gritar, suar, pular, soltar os bichos... e foi juntar a fome com a agua morro abaixo. Estava eu com a gana e o descontrole sincero que o desamor nos dá, sabe aquela liberdade que o corpo emite após a rejeição, aquele peito aberto da decepção, onde nada mais faz sentido, por isso achar o sentido no grito, na letra da musica berrada, na dança sem estética, do ritmo desajeitado com jeito de alegria intensa, de saltar no escuro e se salvar no ultimo minuto. Lirinha me fez ser invadido pelo poema, mais uma vez. As lagrimas que escorriam no meu rosto eram misturadas de suor e raiva, de admiração e solidão e de desencanto. Enquanto no palco o divino se expressava, no chão o encantado virava casca, virava comum, caia máscaras pelo chão emborrachado e embaixo da pele especial, via apenas a busca por ser normal. E normal eu não posso ser. E normal eu não quero ser. Por isso pulei, me diverti, gritei, sai de mim... pra voar bem longe e finalmente cair... cair em mim. Saborear cantando o desprezo. Saboreei dançando o desvalor. Saboreei amando o desamor.

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